Eu não fiz um aborto
Hoje vou contar uma história para vocês, sobre uma paciente.
Vamos chamar essa paciente de Maria, para não revelar seu nome real. Ok? Maria descobriu que estava grávida depois de fazer o exame, pois a menstruação estava atrasada e, inicialmente, ficou desesperada com a notícia pois foi algo não planejado. Ela fez o ultrassom e descobriu que estava com 7 semanas, conseguiu ouvir o coração bater e foi um misto de alegria e medo, ela veio me mostrar seu ultrassom e começamos o pré-natal.Com 9 semanas Maria começou a sentir enjoos, cólica e um pouco de sangramento. Então prontamente resolvemos fazer uma nova ultrassom para ver se estava acontecendo algo.
No exame descobriu que o coração do bebê havia parado de bater e que se encontrava num processo de abortamento. Além da dor da perda, o sentimento de culpa e de medo de ser julgada tomaram conta dela. Expliquei que se tratava de uma interrupção voluntária da gravidez e que ela não tinha culpa do que ocorreu.
Ela não fez nada de errado, não tem nada que ela poderia ter feito diferente para evitar. Eu resolvi compartilhar essa história com você porque sei que esse é o sentimento de muitas mulheres que sofrem com aborto espontâneo. Além de se sentirem culpadas muitas mulheres passam a conviver com o medo de aconteça novamente e, acham que tiveram alguma culpa por um sentimento de rejeição inicial. Abracei Maria, à tranquilizei e falei sobre o protocolo após o diagnóstico. Decidimos esperar e ela não precisou internar para fazer a curetagem.Além dos cuidados médicos é fundamental o apoio emocional nos casos de aborto. Em alguns casos a um acompanhamento psicológico também, é uma opção a ser considerada. Talvez essa história da Maria aconteceu com você ou com alguém que você conheça e quero que saiba que você não está sozinha, que Infelizmente isso acontece com uma parcela de gestações que por algum motivo não evoluem e, que além de você não ter culpa você pode sim tentar de novo. Portanto, se perdoe, deixo a você o meu abraço, fico a disposição para ajudar caso precise e peço a você que está lendo essa história que tenha mais empatia com as mulheres que passam por esse processo.
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