Matéria da minha coluna Sexo e Saúde para o Jornal Atribuna.
Quando falamos em sexualidade, qual é a primeira coisa que vem a sua mente? Aposto que lembra do ato sexual. Acontece que a sexualidade é muito mais que isso, e está presente desde sempre, da infância até a velhice. Isso porque a sexualidade está mais ligada a maneira como nos relacionamos com o nosso corpo, com as pessoas do que com o ato sexual em si.
Por exemplo, na infância ela se manifesta com a própria descoberta, o conhecer do seu corpo. Por isso muitas vezes os pais dão de cara com uma criança de 3 ou 4 anos se tocando, é normal isso acontecer nessa fase e causar desconforto mais pros pais que pra criança pois ela nem sabe o que está fazendo, quem sexualiza e julga é o adulto. Mas Dra? O que devo fazer? Sabendo que e não há nenhum problema com isso, só explicar para ela que é gostoso mesmo, mas que é melhor ela fazer isso sozinha, num momento de privacidade, mostre a ela que ninguém fica se tocando na rua, que só a mamãe o papai e o pediatra, além dela própria, podem mexer ali. Quando atendo crianças e falo isso no consultório com elas, as pessoas ficam chocadas, mas essa orientação é importantíssima principalmente pra permitir a criança de se conhecer e prevenir os casos de abuso. Orientação sempre!
Já na adolescência, que é a fase na qual os hormônios estão em erupção, os desejos são aumentados. Aqui não é só o corpo que muda, são os pensamentos, os desejos… Nessas fases é muito importante que eles recebam orientação adequada. Invista tempo, converse com o seu filho, mesmo que isso não tenha acontecido na sua casa, com você, faça diferente. As pessoas tem a falsa ideia de que educação sexual vai estimular a prática, a maioria dos estudos revela que quanto mais orientada a criança ou adolescente mais tarde ela inicia sua vida sexual, mas não se engane, o jovem vai fazer escondido, vai seguir as mudanças sociais e você pode escolher entre uma conversa de cumplicidade ou fechar os olhos e a vida ensinar. Mais um motivo pra você orientar.
E, finalmente, chegamos a fase adulta e, com ela, suas responsabilidades. Nesse momento, é importante não deixar que os problemas e cotidiano interfiram na sua vida sexual. É muito comum que o estresse, filhos, rotinas, sobrecargas e outras coisas façam com que os adultos deixem de lado a vida sexual. Isso não é legal.
Uma informação que considero muito valiosa, e a importância de termos sempre em mente que não deixamos nossa sexualidade de lado quando ficamos idosos. Muito se engana quem pensa que ela se extingue nessa fase. Muitas vezes temos, sim, que conviver com ela de forma diferente devido a algumas limitações do corpo. Porém, nessa fase ela pode ser vivenciada de modo mais tranquilo e sem muitos tabus ou preocupações, e podem ocorrer tanto um aumento devido a diminuição das preocupações ou uma diminuição devido a uma queda hormonal. O importante é se conectar com você mesmo e/ ou com o parceiro (a) afim de vivê-la com prazer.
Gostou do tema? Está em alguma dessas fases? Caso você esteja com dúvidas de como se comportar com o próprio corpo, ou como orientar seus filhos e netos, procure ajuda profissional!
Como ginecologista e sexóloga atendo muito dessas dúvidas, quer se aprofundar mais? No meu insta estou sempre falando desses temas, confere lá! @lorenabaldotto