Entrevista para o jornal Eshoje.
Saiba quais fatores podem afetar a eficácia da pílula anticoncepcional
Após a ex-bb Vihtube anunciar que engravidou enquanto tomava anticoncepcional, o debate sobre a real eficácia da pílula foi reacendido nas redes sociais. Uma especialista explica situações que podem afetar eficiência do medicamento.
A eficácia da pílula anticoncepcional fica entre 98% e 99% no Índice de Pearl, que mede a capacidade do método. Porém, essa eficiência aplica-se somente quando consumido da forma adequada, explica a ginecologista Lorena Baldotto. “Quando não tomamos a pílula da forma adequada, seja atrasando, esquecendo ou não absorvendo completamente, esse índice cai para 80%”.
No caso da youtuber, a médica afirma que, por se tratar de um período de troca de anticoncepcionais, a jovem deveria ter utilizado preservativo. “A forma mais segura de se fazer a troca de anticoncepcionais é emendando as cartelas. Porém, mesmo assim, recomendo o uso de camisinha por, no mínimo quinze dias, a partir do início da cartela”.
De acordo com a ginecologista, o período de quinze dias é necessário para que o anticoncepcional comece a agir de maneira efetiva no organismo. “Há quem recomende sete dias a partir do inicio da cartela. Eu recomendo quinze para que não haja margem de erro. Vale ressaltar que é necessário tomar esse remédio de maneira diária. sempre no mesmo horário, a fim de não comprometer sua eficácia”.
Ainda segundo a especialista, quando você toma a pílula qualquer período pode ser fértil e coincidir com o erro, resultando em gravidez. “Não se trata de um ciclo normal com data para ovulação. Na primeira semana da cartela o risco é maior, diminuindo a cada semana”.
Fatores que comprometem a eficácia da pílula
Dentre os principais fatores que comprometem a eficácia da pílula anticoncepcional, a especialista listou que os principais são esquecimento, interação medicamentosa, problemas na digestão e abuso de álcool.
“O corpo pode não absorver o anticoncepcional por você estar tomando outra medicação que impeça tanto a absorção ou que gere interação medicamentosa. Os principais são antibióticos, medicações psiquiátricas e remédios para acelerar a digestão. Outro ponto que pode induzir ao erro é a presença de problemas digestivos, entre eles, vômitos e diarreia, que também impedem a absorção do medicamento”, destaca Lorena.
Sobre o álcool, a médica explica que não é qualquer quantidade que afeta a eficácia. “Trata-se da quantidade e periodicidade desse consumo. Uma pessoa que bebe todo dia pode apresentar lesões que dificultem essa absorção”.
Quanto ao fator esquecimento, Lorena Baldotto pontua que o período varia de acordo com a bula do fabricante. “Há bulas de fabricantes que permitem um atraso de até doze horas para as doses, outras que recomendam tomar duas pílulas e assim vai. Minha recomendação é atrasar, no máximo, três horas. Não recomendo parar a cartela em caso de esquecimento pois pode gerar um sangramento desregulado. Ressalto, em caso de erro, manter o uso de camisinha por, pelo menos, quinze dias até estabilizar”.
Qual o método mais seguro?
A médica não elencou um método mais seguro contra a concepção, destacando que a combinação entre qualquer um deles com a camisinha segue sendo a melhor escolha. “Hoje, no mercado, temos diversos métodos: Dispositivo Intrauterino (DIU), anel, adesivo, injeção e até a pílula do dia seguinte para um pós cuidado em casos de emergência. Porém, nenhum deles protege tanto contra a contaminação por Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) quanto a camisinha”.
Para as mulheres que não querem ou não podem engravidar de jeito nenhum no momento e não tomam o remédio corretamente, a recomendação da especialista é colocar um despertador, alarme e até mesmo aplicativo que a avise o horário do remédio, além do uso combinado da camisinha.
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